Serradura
22.02.10, Zana
A minha vida sentou-se
E não há quem a levante,
Que desde o Poente ao Levante
A minha vida fartou-se.
E ei-la,a mona,lá está,
Estendida, a perna traçada,
No infindável sofá
Da minha Alma estofada.
Pois é assim: a minha Alma
Outrora a sonhar de Rússias,
Espapaçou-se de calma,
E hoje sonha só pelúcias.
Vai aos cafés,pede um "bock"
Lê o "Matin" de castigo,
E não há nenhum remoque,
Que a regresse ao Oiro antigo!
Dentro de mim é um fardo (...)