Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

No Labirintto Z

"Este labirinto [ruas indefinidas] de linhas retas, não de complexidade, aonde o leva o tempo de um homem cuja verdadeira vida está longe." (Jorge Luis Borges)

No Labirintto Z

"Este labirinto [ruas indefinidas] de linhas retas, não de complexidade, aonde o leva o tempo de um homem cuja verdadeira vida está longe." (Jorge Luis Borges)

A Palavra Seda

31.01.09, Zana
A atmosfera que te envolve atinge tais atmosferas que transforma muitas coisas que te concernem, ou cercam. E como as coisas, palavras impossíveis de poema: exemplo, a palavra ouro, e até este poema, seda. É certo que tua pessoa não faz dormir, mas desperta; nem é sedante, palavra derivada da de seda. E é certo que a superfície de tua pessoa externa, de tua pele e de tudo isso que em ti se tateia, nada tem da superfície luxuosa, falsa, acadêmica, de uma (...)

Palavra que desnudo

19.02.08, Zana
  Entre a asa e o voo nos trocámos como a doçura e o fruto nos unimos num mesmo corpo de cinza nos consumimos e por isso quando te recordo percorro a imperceptível fronteira do meu corpo e sangro nos teus flancos doloridos Tu és o encoberto lado da palavra que desnudo Mia Couto

Ano Novo

29.12.07, Zana
  "Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, Mas a poesia (inexplicável) da vida."Carlos Drummond de Andrade  

Inscrição para uma lareira

19.11.07, Zana
A vida é um incêndio: nela dançamos, salamandras mágicas. Que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta? Em meios aos toros que desabam, cantemos a canção das chamas! Cantemos a canção da vida, na própria luz consumida...                  Mário Quintana

Chega Através

27.10.07, Zana
Chega através do dia de névoa alguma coisa do esquecimento, Vem brandamente com a tarde a oportunidade da perda. Adormeço sem dormir, ao relento da vida. É inútil dizer-me que as ações têm conseqüências. É inútil eu saber que as ações usam conseqüências. É inútil tudo, é inútil tudo, é inútil tudo. Através do dia de névoa não chega coisa nenhuma. Tinha agora vontade De ir esperar ao comboio da Europa o (...)

Revolta

19.10.07, Zana
Alma que sofres pavorosamente A dor de seres privilegiada Abandona o teu pranto, sê contente Antes que o horror da solidão te invada.   Deixa que a vida te possua ardente Ó alma supremamente desgraçada. Abandona, águia, a inóspita morada Vem rastejar no chão como a serpente.   De que te vale o espaço se te cansa? Quanto mais sobes mais o espaço avança...   Desce ao chão, águia audaz, que a noite é fria. Volta, ó alma, ao lugar de onde partiste O mundo é bom, o (...)

Aceitação

18.10.07, Zana
É mais fácil pousar o ouvido nas nuvens e sentir passar as estrelas do que prendê-lo à terra e alcançar o rumor dos teus passos. É mais fácil, também, debruçar os olhos no oceano e assistir, lá no fundo, ao nascimento mudo das formas, que desejar que apareças, criando com teu simples gesto o sinal de uma eterna esperança Não me interessam mais nem as estrelas, nem as formas do mar, nem tu. Desenrolei de dentro do tempo a minha canção: não tenho inveja às cigarras: (...)

Amor

30.09.07, Zana
Não tenhas medo do amor. Pousa a tua mão devagar sobre o peito da terra e sente respirar no seu seio os nomes das coisas que ali estão a crescer: o linho e genciana; as ervilhas-de-cheiro e as campainhas azuis; a menta perfumada para as infusões do verão e a teia de raízes de um pequeno loureiro que se organiza como uma rede de veias na confusão de um corpo. A vida nunca foi só Inverno, nunca foi só bruma e desamparo. Se bem que chova ainda, não te importes: pousa a tua mão (...)