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No Labirintto Z

"Este labirinto [ruas indefinidas] de linhas retas, não de complexidade, aonde o leva o tempo de um homem cuja verdadeira vida está longe." (Jorge Luis Borges)

No Labirintto Z

"Este labirinto [ruas indefinidas] de linhas retas, não de complexidade, aonde o leva o tempo de um homem cuja verdadeira vida está longe." (Jorge Luis Borges)

Soneto de mais um adeus

17.05.07, Zana


Neste domingo, o céu gris e pesado
há de trazer tristeza a nós, os pássaros,
que em pétalas pousamos no intervalo
da rotina: verão ocluso e diáfano.

Com asas, mas sujeitos a gaiolas,
os pássaros — que outra coisa? — se amaram,
roçando almas, sãos, dias afora,
roçando peles, vãos, em sonhos-navas.

Raras planícies, muitas cordilheiras
são o real da nossa geografia:
as vias para o ardor são muito estreitas.

Parte! Aqui ficarei como nereida,
presidindo o mar, vendo acrobacias
da antítese do pássaro, a baleia.

Maria Rita Moutinho

As estrelas

16.05.07, Zana

Lá, nas celestes regiões distantes,
No fundo melancólico da Esfera,
Nos caminhos da eterna Primavera
Do amor, eis as estrelas palpitantes.

Quantos mistérios andarão errantes,
Quantas almas em busca de Quimera,
Lá, das estrelas nessa paz austera
Soluçarão, nos altos céus radiantes.

Finas flores de pérolas e prata,
Das estrelas serenas se desata
Toda a caudal das ilusões insanas.

Quem sabe, pelos tempos esquecidos
Se as estrelas não são os ais perdidos
Das primitivas legiões humanas?!

Cruz e Souza